Sentia uma alegria interna quase como uma primavera.
E a alegria crescia, expandindo-se em muitas direções, tomando conta das mãos, dos olhos,
já transcendia o pensamento para se apossar do corpo inteiro.
Mas de repente tudo já não cabia mais só dentro dele; precisava de um acontecimento externo que justificasse toda aquela largueza de dentro.
A coisa externa não acontecia. E, se acontecia, não justificava.
Por que não se render ao avanço natural das coisas, sem procurar definições?
Como uma primavera, em mim.
(Caio F. Abreu - A chave e a porta)
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E a alegria crescia, expandindo-se em muitas direções, tomando conta das mãos, dos olhos,
já transcendia o pensamento para se apossar do corpo inteiro.
Mas de repente tudo já não cabia mais só dentro dele; precisava de um acontecimento externo que justificasse toda aquela largueza de dentro.
A coisa externa não acontecia. E, se acontecia, não justificava.
Por que não se render ao avanço natural das coisas, sem procurar definições?
Como uma primavera, em mim.
(Caio F. Abreu - A chave e a porta)
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