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domingo, 5 de setembro de 2010

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Como uma fome, me dava. Mas uma fome de ver, não de comer.
Sentava na sala toda arrumada, tapete escovado, cortinas lavadas,
cestas de frutas, vasos de flores - acendia um cigarro
e ficava mastigando com os olhos a beleza das coisas limpas,
ordenadas, sem conseguir comer nada com a boca, faminto de ver.


(Os dragões não conhecem o paraíso)

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